O dia a dia de SP é sempre intenso, num ir e vir de reuniões… Parece que a cidade nunca para e sempre que aqui estou, procuro aproveitar ao máximo o meu tempo, sempre com uma agenda repleta de encontros e reuniões. Ao final de cada dia me sinto fatigada, mas recompensada, pois SP é movida a business e aqui as coisas acontecem com uma velocidade impressionante. Mas como nem tudo é trabalho e, diversão e arte são imprescindíveis, novamente me rendo à rotina paulista, que possui sempre uma vasta programação cultural de altíssimo nível e onde estão muitos dos melhores restaurantes do planeta. Recentemente na cidade, fui conferir o menu “Clandestino”, da Chef Bel Coelho, do Restaurante Dui. Posso dizer que foi fantástico e vou tentar colocar em palavras as sensações que tivemos, eu e minha convidada, durante todo o ritual. Sim, esta é a palavra correta, para traduzir um cardápio composto de 14 pratos servidos um após outro, em pequenas porções e aqui abro um parêntese – o serviço, a louca, talheres, potes, travessas e a música, foram cuidadosamente pensados para compor com o “menu” escolhido por Bel, que com extrema maestria homenageia 14 orixás.
Fomos recebidas por Guilherme, um simpático e jovem garçom, que fez todas as honras da casa, do inicio ao fim. Enquanto aguardávamos a chegada dos demais participantes – o “Clandestino” acontece sempre às quintas-feiras, com capacidade para no máximo 20 felizardos, com hora marcada para o inicio e sem hora para o fim – Guilherme nos trouxe um shot a base de whisky e limão, acompanhados de espuma de coco, junto com uma fita vermelha do Senhor do Bonfim – para dar sorte, ele diz.
Já instaladas em nossa mesa, teve inicio o banquete, delicadamente servido em minúsculas porções. No total 14 obras de arte, de comer com olhos e também com os ouvidos – a musica ambiente trazia um pouco de Caimy e Gal. Já na decima porção, eu já estava mais que satisfeita e apesar da gula ser um dos meus dois pecados que ainda mantenho, os outros quatro pratos seguintes foram apenas beliscados, não por culpa deles, e claro. E sei que nessa parte, você já deve estar querendo detalhes dos pratos e por essa razão, irei cita-los, mas em outro artigo, onde tal e qual Bel Coelho, irei decifra-los conforme me foi descrito e servido.
E para terminar, preciso contar um detalhe, que nada tem a ver com o que foi até agora descrito, mas que finalizou a noite; Já haviam chegado todos os participantes, exceto um, que chegou atrasado e como não sou curiosa, não reparei quem era, mas eis que escuto sua voz na mesa a minha frente. Era familiar… Conheceria aquela voz no escuro… Ele estava a minha frente, só que de costas… Sim, era ele, o tal que me acompanhou em muitas viagens por esse Brasil a fora… Emocionada falei “essa voz é do Seu Jorge” e minha amiga retrucou, não e só a voz, é o Seu Jorge!
Ganhei então a noite por inteiro. Nada melhor que poder participar desse jantar dos deuses em companhia de um deles! Obrigada Bel Coelho por sua criatividade e competência absoluta e obrigada ao Seu Jorge por sua simpatia e carinho. Só me resta agora bradar: SALVE O MEU ORIXÁ! SALVE JORGE!