Já tinha muito orgulho de ser petropolitana, mas depois de ter ido recentemente à cidade de Petrópolis fiquei ainda mais convencida deste sentimento.
A cidade continua linda e alguns de seus ícones foram recuperados e se transformaram em locais obrigatórios de se visitar. Em um deles – o Grande Hotel Petrópolis – me hospedei, o outro – a Cervejaria Bohemia – realizei um tour que me encantou e me emocionou. Hoje, minhas palavras serão para descrever essa experiência de retornar a minha cidade, desta vez como turista.
Inaugurado em 1930, o Grande Hotel Petrópolis viveu décadas de glamour, mas com a proibição do jogo em nosso país entrou em um período de grandes dificuldades.
Fechado durante anos passou por uma reforma de quase meia década, realizada pela família Guidhini da Silva, a qual se uniu para tornar real o sonho do pai, Sr. Antônio da Silva, que chegou à cidade com poucos recursos e se tornou um grande comerciário, vindo a adquirir o prédio quase em ruínas, na intenção de diversificar seus negócios. Infelizmente Sr. Antônio não pode ver a obra pronta e se tivesse, ficaria como eu, totalmente encantado.
Após 45 anos com as portas fechadas, o Grande Hotel Petrópolis reabriu ao final de 2011, garantindo com supremacia o posto de um dos melhores da cidade. Desde sua abertura eu mantinha o sonho de poder passar uns dias lá… Lembro-me bem do prédio fechado quando ia e voltava da escola diariamente e ficava impressionada com a beleza de sua fachada.
Encontrei sessenta e sete apartamentos confortáveis e bem decorados. Minha suíte, no ultimo andar, era dotada de sala, banheiro, quarto e um minibar com micro-ondas, pia e cafeteira. A janela do meu quarto avistava o famoso obelisco – marco da cidade.
Pude conferir também o serviço impecável de sua equipe. Mensageiros com suspensórios e bonés me remeteram a um passado distante. O elevador de época foi o primeiro da cidade e funciona até os dias de hoje, porém é poupado de seus serviços devido a sua idade avançada e ocupa local de destaque junto à entrada principal.
O lobby, elegante e finamente decorado. O café da manha, completo e com uma equipe sempre atenta para um atendimento perfeito. Uma sauna e um diminuto fitness estão à disposição para os que não abrem mão dos cuidados com o corpo, mesmo longe de casa.
A proximidade com os principais pontos turísticos também é um ponto a favor. Do Grande Hotel se chega ao Museu Imperial, Catedral, Casa de Santos Dumont e ao Palácio de Cristal caminhando.
Aproveitando essa facilidade, decidi seguir para a cervejaria Bohemia no domingo ensolarado. Andei pelas belas ruas do Imperador, Imperatriz e Koeller, contemplando as magníficas casas tombadas que a minha cidade ainda possui. Confesso que não criei nenhum tipo de expectativa para essa visita e não imaginava que teria tantas emoções, mas essa história será motivo de um novo e especial blog, para o qual peço a sua paciência em aguardar. Vai valer a pena!
Voltando ao Hotel, encontro Denise Guidhini, uma das filhas de seu Antônio e também proprietária do empreendimento. Volto no tempo novamente e me lembro da minha adolescência, quando estudamos juntas em um conceituado colégio da cidade. Agradeço a ela a oportunidade de me fazer relembrar momentos especiais de minha infância. Agradeço também a gentileza e o carinho durante meus dias em seu belo Hotel. E o mais importante agradecimento foi propositalmente deixado para fazer aqui: “Obrigada Denise e seus irmãos por devolver à minha cidade este ícone da história. Um presente para as próximas gerações, um privilegio para quem vem a Petrópolis, um sonho de muitos, que virou realidade graças ao esforço de vocês”.