Adoro o Rio, por isso escolhi fazer deste lugar a minha moradia. Poderia ter feito outras escolhas, e até tentei. Morei por quase duas décadas em Petrópolis, depois alguns anos em Santa Catarina, mais precisamente na bela Florianópolis. Mas meu caso de amor com o Rio é antigo e confesso. Apesar de viver viajando, é para “Cidade Maravilhosa” que sempre retorno.
Sou bastante eclética e quando gosto, não preciso de motivos. Gosto e pronto! Simples assim. E do Rio, gosto de quase tudo. Desde (e principalmente) as pessoas que aqui dividem esse lugar, passando pelos lugares – seus bairros, as praias, pontos turísticos, bares, restaurantes e espaços culturais. O Rio ferve o ano inteiro.
Moro em São Conrado e frequento desde o quiosque na praia, cuja baiana serve, aos finais de semana, o melhor acarajé do planeta, passando pelo elegante Gávea Golf Club e também, quando os dias estão calmos, a diversidade da favela da Rocinha, que não fosse pela violência, seria perfeita.
Mas tem também a Lapa com sua boemia, Copacabana a princesinha do mar, o parque da Tijuca e suas belezas, a descolada Ipanema com o por do sol do anexo Arpoardor e o nobre e elegante Leblon, onde tudo parece igual ao restante, mas que possui sua própria identidade e ali uma rua – a Dias Ferreira, que reúne os melhores restaurantes da cidade. E foi em um deles que dividi com uma amiga, momentos muito especiais.
Era uma quinta-feira como outra qualquer. Chegamos às 20:00 em ponto. Nenhum um minuto a mais ou a menos. Nossa mesa já estava reservada no melhor lugar desta casa – a varanda. Sim, a varanda do Restaurante Quadrucci é disputada diariamente, pois além de poder degustar de uma gastronomia bem cuidada e maravilhosa, dali se pode observar, quase que de camarote, o ir e vir de gente bonita e interessante. Além do que, o lugar é muito agradável e belo.
O serviço desta casa merece o devido reconhecimento. Uma equipe gentil e pronta para lhe auxiliar com as demandas. Para começar um espumante gelado, que com a segunda dose transforma a mesa com suas borbulhas. Lembro de minha mãe que costumava a dizer “o problema do universo é que ele está sempre duas doses abaixo”. Não sei de quem é essa frase, mas que ficamos mais animadas, ficamos.
Mas chega de blá-blá-blá, vamos ao que interessa – a gastronomia e seus recursos. O chef Ronaldo Canha sempre surpreende com suas receitas italianas com toques contemporâneos. Desde as entradas, onde saboreamos cogumelos gratinados recheados de gorgonzola e ostras frescas, seguido dos principais – eu optei pelo Risoto de Pato em seu caldo com paio, quiabo e ovo de pata ponche e minha amiga um Nhoque funghi gratinado com Grana Padano ao perfume de trufa. Por fim, a sobremesa, temida e ao mesmo tempo adorada, sejam os comensais gregos ou troianos, ninguém resiste a elas. Pedimos um Fondant de chocolate belga em biscoito crocante com morangos frescos, o qual dividimos irmãmente e sem culpa alguma.
O cardápio da casa muda sempre duas vezes ao ano, uma no verão e outra no inverno, a fim de garantir insumos da época, sempre frescos e o melhor, orgânicos!
A restauração é uma dádiva, desde sempre… Entramos de um jeito e na saída éramos outras. Felizes, restauradas, completas e cheias de graça. A amizade é uma benção… Poder reunir em volta da mesa pessoas queridas, faz um bem enorme a alma. E se esse encontro é na varanda do Quadrucci, além de tudo já dito, é sempre um privilégio!
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