Existem muitos lugares especiais nesse nosso Brasil. Aiuruoca, ao sul de Minas Gerais é um deles. Perto do Pico do Papagaio, em um refugio ecológico de acesso restrito, está a Pousada do Lado de Lá, que segundo informações de seu proprietário, Guilherme Quadros, sendo a pousada mais alta do país, a 1.900 metros de altitude. Dependendo de meu destino, escolho o tipo de transporte. Como viajo constantemente para destinos diferentes, dentro deste país que mais parece um continente, cheio de belezas e diversidades, preciso estar sempre muito bem informada, para que não só o destino, mas o trajeto, também possa me surpreender.
Chegar até Aiuruoca é bem tranquilo, a estrada pavimentada, porém em mão dupla, está em boas condições. Como vinha do Rio de Janeiro, segui pela BR-040 até Juiz de Fora e de lá peguei a BR-267 em direção a Lima Duarte. Após uma pequena cidade de nome Carvalhos, se alcança o trevo para Aiuruoca. Após 4 km de estrada, se chega ao caminho que nos conduz ao alto, quase pertinho do céu, aonde as nuvens vem brincar com as cachoeiras. O acesso não é nada fácil… Quase não tem estrada e de determinado ponto, a montanha vira rocha e somente um motorista experiente e um carro tracionado consegue passar. Como adoro aventuras off road, escolhi seguir em meu Jimny.
O carro é lindo! Diminuto… Mas, como tamanho não é documento, a valentia do meu pequeno Suzuki, mostrou a que veio. Cheguei onde poucos teriam coragem de chegar. A viagem já seria um fim em si mesmo, mas o destino… Que lugar!!! Só posso afirmar mais uma vez que “Deus existe”.
Ao todo, 07 acomodações, distribuídas por sobre as pedras e construídas com material local, são totalmente integradas à natureza de seu entorno. Minha suíte, equipada com banheira e lareira (lá faz frio), tinha janelões por todos os lados, e de minha cama podia avistar uma paisagem de 180 graus. O por do sol no “Lado de Lá” é diferente… As nuvens ficam por cima e a impressão é de se estar em outro planeta, olhando a terra de longe.
A comida é uma delicia e preparada em fogão à lenha. As cachoeiras, vales e pássaros, compõem a paisagem. Poderia parar por ai, mas um detalhe faz toda a diferença, neste lugar, coberto de conforto, não há luz elétrica. Assim que o sol se põe, os castiçais, alguns de prata de lei, com suas inúmeras velas, são acessos e uma aura romântica toma conta do lugar.
Lugar especial, pra se dividir com quem se ama, para se ir sozinho, mas também para seguir com amigos e lá de cima festejar o que a vida pode proporcionar, quando a alma não é pequena.