Em Bonito ha uma infinidade de passeios e atrações. Agencias de receptivos estão por toda a parte. Ao todo são mais de 40 opções. Mas fique tranquilo, pois em Bonito ha um sistema de voucher único, que elimina atravessadores e oportunistas, pois os valores são tabelados, não importando onde você contrate o serviço. Um sistema inteligente, que deveria ser multiplicado pelo Brasil a fora.
Nosso hotel – Águas de Bonito, como na maioria dos demais, possuía sua própria agencia de receptivo, o que nos deu muito conforto e segurança. As meninas cuidaram de tudo e em nosso check-in, recebemos todos os vouchers dos passeios. Como tínhamos 3 dias, optamos por um passeio com aventura, uma flutuação, um passeio nas cachoeiras e os dois programas imperdíveis; a gruta do lago azul e o buraco das araras.
Nosso primeiro passeio foi nas corredeiras do Rio Formoso. O lugar é lindo! Um balneário repleto de cardumes que brincam nas águas cristalinas do rio, que por ser formoso, acabou incorporando ao seu nome. Redes e espreguiçadeiras ficam a disposição dos visitantes. Um restaurante simples, porem honesto, nos serviu uma porção de pernil, cerveja gelada e batatas fritas. Estávamos famintos e achamos tudo muito bom. Hora de aventura! Munidos de coletes salva vidas, uma breve explicação do que se seguiria – posição para descer a cachoeira, guardar remos, deitar, levantar, se segurar… Nosso bote com capacidade para ate 15 pessoas, rumou rio abaixo. Descemos ao todo umas 8 cachoeiras, algumas de ate 2 metros. Vimos macacos brincando nas margens, araras e uma sucuri dormindo na relva. Ainda bem que dormia, pois o bichinho era muito, mas muito grande mesmo…
A cada cachoeira um abalo no sistema nervoso. Era hora de se agarrar no bote e tchbum! Mergulhávamos, balançávamos, gritávamos e seguíamos a frente, sem contudo se acostumar com as quedas, cada uma trazendo uma nova sensação.
No dia seguinte, fomos flutuar no Recanto Ecológico do Rio da Prata. Uma fazenda, com direito a redes, almoço e loja de souvenirs, recebe turistas para um dos grandes espetáculos da natureza. Na recepção, guias dão as explicações necessárias. Uma guarderia disponibiliza roupas de neoprene, botas, snorkel e mascaras. A roupa, além de garantir uma maior flutuação, nos livraria do frio. O mergulho começa na nascente do Rio Olho D’água, aonde se chega através de caminhada de 30 minutos, em trilha interpretativa pela mata ciliar, cheia de espécies nativas da flora e fauna. Pude observar um pequeno veado, capivaras, aves e arvores de rara beleza. Mosquitos também se aproveitaram, pois o uso de repelente neste passeio é proibido.
Chegamos à beira do rio com rapidez, parte por conta dos insetos, parte pela ansiedade do passeio. A água cristalina, tépida e rasa, nos apresentava um cenário rico em vida animal e vegetal. Dourados, pacus, piraputangas e curimbas, nadavam ao nosso lado sem se incomodar. Fiquei impressionada com o organização e a conscientização das equipes. Não se pode tocar no fundo do rio e cada grupo precisa estar atento as normas e condutas ecológicas. Durante 2 horas pude vivenciar momentos únicos, descendo o rio ao sabor da correnteza e flutuando junto com os peixes. Lindo de ver, bom de estar. Uma experiência que deveria ser vivida por todos.
O terceiro passeio foi o Buraco das Araras, a maior Dolina da América do Sul. Para quem não sabe, dolina é o contrario de colina, proveniente de um desabamento do lençol freático, que forma um buraco na terra. Este possui 100 metros de profundidade e sua boca mede uns 160 metros de diâmetro. Um local que anualmente recebe casais de araras vermelhas gigantes para fazer seus ninhos e assim continuar a espécie.
No terceiro dia, mais dois passeios maravilhosos. O primeiro, bem cedinho, foi na gruta do lago azul, cartão postal de Bonito, essa gruta é considerada o ponto alto das atrações de Bonito. Estalactites e estalagmites com formatos de Buda, odaliscas e Cristo são mostradas aos visitantes pelo guia local. A descida chega a dar medo, pois não tem nenhuma proteção e uma queda pode trazer transtornos a todos. Mas a visão das águas ao fundo da gruta é indescritível. Algumas fotos para a posteridade e fomos nos despedir de Bonito nas cachoeiras da Estancia Mimosa, onde um almoço típico de fazenda a beira do fogão a lenha estava a nossa espera. No jardim, um lago repleto de jacarés do papo amarelo, tomavam um banho de sol e nem davam bola aos visitantes que chegavam em grupos de 10 pessoas. Um guia nos recebeu para as instruções. O passeio leva em media 2 horas, passando por 7 belas cachoeiras, com direito a banhos, mergulhos e historias locais.
E de tudo ficaram 3 coisas:
1- Bonito sempre foi um destino dos meus sonhos;
2- levei mais de meio século para chegar lá;
3- minha expectativa não se concretizou, pois Bonito foi além de tudo o que imaginei ver.
Por isso, qualquer coisa que eu venha dizer aqui não pode ser considerada uma verdade. Fica impossível colocar palavras onde o sentimento e a emoção te fazem perder a razão. Foram muitos os momentos em que chorei, que agradeci e que fui, com absoluta certeza, completamente feliz.
Gostaria de agradecer e dar os parabéns pelo site, muito bom adorei, e vou recomendar para os meus amigos.